Encontras-me em ti

 

Todos os escritos são da autoria de Fernanda Cruz

Ajudas

Estrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativaEstrela inativa
 

 

“Quando temos como objectivo caminhar para Deus, as ajudas, que estão sempre lá, tornam-se mais visíveis e assim podemos entendê-las, venham de que forma vierem. Quando não as entendemos à primeira, elas vem de outras formas.

Usando um exemplo, é como se estivéssemos numa festa muito divertidos a falar e a ouvir música e alguém nos sussurrasse ao ouvido uma mensagem importante. A princípio e receptor não percebe nem dá importância. Então o mensageiro tenta mais uma vez e desta vez usa um tom mais elevado pois só ele sabe a importância e a repercussão que a mensagem poderá ter. O receptor ainda assim não liga, pois de alguma forma até sabe que não é aquilo que quer ouvir e até vai para um ambiente ainda mais ruidoso porque é ali que se está a divertir. O mensageiro tem a noção de que o conteúdo da sua mensagem lhe pode salvar a vida e se for preciso grita e puxa o braço e até dá uma estalada na cara do receptor para se fazer ouvir mas este pode sempre escolher beber mais um copo e entorpecer os sentidos para se alhear do que lhe estão a dizer.

Com as ajudas que temos é assim. Por muito fortes que sejam, por muito que se manifestem à nossa volta por situações e até no nosso corpo, e por muito que até tenhamos a noção disso, podemos, pelo livre arbítrio, escolher não as considerar. Tal como eu entendo, assim como há duas formas de inteligência, de raciocínio (e de quase tudo), também há duas formas de conforto, mas só quem não sentiu a verdadeira considera a outra. Quando se sente conforto de circunstância, não se identifica a mensagem para sair de lá como uma coisa boa, como no exemplo que dei. Mas se ousarmos ouvir o mensageiro, ainda que não tenhamos dados para avaliar se podemos ou não confiar nele e ainda que a forma como se fez ouvir (se não ouvimos de outra) provocasse desconforto e dor, podemos ser conduzidos para o verdadeiro conforto. Não consigo dizer como se consegue identificar se o mensageiro é divino ou não, porque isto era só um exemplo e porque até entendo que as ajudas verdadeiras raramente são sussurradas. Tem de ser interpretadas para sabermos se o são (ajudas) ou não (podem ser distrações). Eu guio-me pelo que sinto cá dentro e ao mesmo tempo que tenho certezas, às vezes não as entendo nem sei explicar, mas sei que é por ali.

Só falo da minha experiência mas sei que o conforto que tenho é prémio (ou pelo menos pelo mérito) de pelo livre arbítrio ter ousado sair muitas vezes da zona de conforto. Cada vez tenho em mim sensações melhores que não são efeito de nada à minha volta, nada que venha de fora, vem de dentro. Quanto mais aprofundo o conhecimento de mim mesma, mais me sinto expandir e algumas coisas já se exteriorizam de uma forma que é notada pelos outros sem que eu me aperceba e a mais óbvia é o sorriso.”

 

Fernanda Cruz

 

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