Encontras-me em ti

 

Todos os escritos são da autoria de Fernanda Cruz

Conversando... Comigo

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“Tenho muitas conversas fisicamente sozinha. Umas comigo, outras com a minha consciência e outras com alguém que me acompanha. A maior parte das vezes não consigo distinguir com quem são, apenas distingo que umas vezes surgem na primeira pessoa e outras na segunda. Por exemplo, às vezes é “não me posso esquecer…” e outras “não te esqueças…”. A vibração não varia muito, gosto de todas estas conversas e chego muitas vezes a conclusões ou a animar-me. Agora mesmo vinha a pensar no amor, naquele que se sente por pessoas e que toda a gente conhece. Vinha no carro a pensar nesse amor comum, que a maior parte das vezes requer algo em troca, requer ser correspondido, ainda que nos possamos contentar com outra forma diferente da nossa. Pensei que eu devo ser diferente porque não espero nada em troca, não que não deseje, mas não está dependente do que vou receber. E aí ouvi (ou senti ou disse-me, sei lá) algo que não vou esquecer. Foi assim: “Sabes porque é que estás a pensar isso? É porque tu não amas as pessoas, tu amas o amor. O que te faz feliz não é o que recebes, é o que sentes. Sentir amor faz-te feliz e se sentires que as pessoas sentem esse amor, ainda que não retribuam, faz-te ainda mais feliz.”

UAU! Que frase mais linda “Tu amas o amor”. Senti de imediato conforto e gratidão por esta frase, um momento tremendo de emoção. Acho que é verdade, eu amo o amor. Mas também é verdade que me faz feliz que as pessoas sintam o amor que tenho por elas, ainda que não retribuam, ainda que não seja correspondida. Se a pessoa sentir amor, seja de que forma for, isso vai com toda a certeza preencher um buraquinho, por mais pequeno que seja, no seu ser. E se sente amor vai sentir-se melhor, mesmo que não saiba sequer de onde é que ele vem. Pode ser através de um pensamento, de um sorriso, de uma sensação apenas, de ondas vibratórias. E o maior problema da humanidade é a falta de amor que faz os homens preencherem esses buraquinhos, essas lacunas do seu ser, com algo que lhes falta e nunca estão satisfeitos. Tentam com o poder, com bens materiais, preencher algo que só pode ser preenchido com amor.

E se eu me conseguisse auto preencher do amor que preciso? Às vezes consigo mas como estou humana, nem sempre é fácil. Mas se eu amar o amor, ao senti-lo estou a criá-lo e a auto preencher-me.

Não acho que o ser humano deva ser solitário, pelo contrário, acho que a partilha é muito importante. Para mim, mais importante do que ter em troca, do que ser amada, é estar preenchida de amor e partilhá-lo, sem sentir que estou a dar, sem esperar receber, sem cobrar. Acredito que esta é a relação mais bonita que se pode ter, sem o deve e o haver, sem cobranças. É isto que acredito e não aceito nada diferente. Não entendo como se quer uma relação a qualquer custo, como se consegue viver com alguém infeliz ao lado e ser passivo perante a situação.

Nas minhas orações, desde sempre, nunca soube pedir nada em concreto, pedia apenas que acontecesse o que fosse melhor para mim, ou então acrescentava a frase: “…mas faça-se a Tua vontade e não a minha”. Se eu confio nesta Inteligência Suprema e na ajuda dos anjos e guias, é a única coisa que posso pedir. Já tive tantas situações de querer algo em determinado momento, e tempos depois ter agradecido por não ter tido.

Continuo a confiar sem esperar e sei que preciso, cada vez mais, amar o amor.”

Fernanda Cruz

 

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